sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Casamento Cigano


Os ciganos são radicais quanto à preservação da virgindade, a noiva deve comprovar através da mancha de sangue no lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso não seja virgem, poderá ser devolvida aos pais, que deverão indenizar os pais do noivo.
No casamento cigano, a família do noivo é responsável pelo pagamento da noiva, do vestido branco, do vestido vermelho e todas as despesas da organização e do enxoval.
Geralmente a festas ocorrem em tendas especialmente preparadas, onde oferecem uma farta refeição, bebidas e muita música e dança.
No casamento são usados os mesmos símbolos do noivado: os dois punhais, o lenço vermelho, vinho, pão, sal e uma taça de cristal. Ao invés da aliança tradicional usados pelos gadjes, usam esses elementos para firmarem compromissos. O vinho é para garantir a alegria permanente do casal, o pão e o sal representam a união, a taça de cristal é para que a harmonia se mantenha presente e o punhal serve para a comunhão do sangue.
Algumas particularidades distinguem e dão a um casamento cigano seu caráter específico. Reunindo ciganos de todas as partes do país, e mesmo do exterior, pois os convites são dirigidos aos membros da comunidade em geral.
Os preparativos do banquete de casamento ocorrem na residência dos pais do noivo. Num esforço comunitário, com a participação dos parentes mais próximos do noivo- homens e mulheres envolvidos- são preparados os pratos típicos da festa.
No dia do casamento na igreja, antes de todos partirem para a cerimônia, ocorre uma seqüência de eventos, agora na casa da noiva. Esta já está pronta, vestida de branco, quando chega à família do noivo, dançando ao som de músicas ciganas.
Na sala de jantar onde já está disposta a mesa com diversas comidas e bebidas, os homens se sentam. De um lado da mesa, a família do noivo. Do outro, a da noiva. A conversa acontece em romani, às mulheres permanecem à volta. É simulada uma negociação - a compra ritual da noiva. Moedas de ouro trocam de mãos. Em seguida, abrem uma garrafa de bebida, envolvida em um pano vermelho bordado, que os homens à mesa bebem – a proska.
Surge então à noiva, vestida de branco, pronta para casar-se. Mais música e agora a noiva dança com o padrinho, ainda na sala de jantar/estar. Em seguida, todos saem para se dirigirem à igreja; a noiva em uma limusine. O cortejo com as famílias seguindo, e apenas o noivo não estava presente, pois aguarda na igreja. Lá, a cerimônia é convencional, exceto pelos trajes dos convidados e padrinhos vestidos com as tradicionais roupas ciganas, e a profusão de jóias. Apenas algumas dezenas de convidados compareceram à cerimônia religiosa, considerada mais íntima.
O momento seguinte do casamento ocorre num clube alugado para a ocasião e onde um conjunto garante a animação musical da festa. Desde o início, danças em círculo e uma bandeira vermelha com o nome dos noivos. Os convidados vão chegando aos poucos, juntando-se às danças, enquanto duas grandes mesas, ao longo das paredes, são arrumadas. No banquete, homens e mulheres ficarão separados, em lados opostos. À medida que cresce o número de pessoas, aumenta de certa forma, a confusão: a solenidade das mesas contrasta com os colchões espalhados nos cantos do salão, onde dormem crianças.
A festa vai chegando ao fim quando a noiva deixa o salão de festas, juntamente com a família do noivo, à qual passa a pertencer.
A festa começa novamente no dia seguinte, agora na casa dos pais do noivo, onde o casal passa a residir. O banquete continua - agora para um número menor de convidados. No lugar do branco do dia anterior, o vermelho se sobressai na festa - nos cravos, usados pelos convidados, na decoração, na bandeira, nas roupas da noiva. Esta, à entrada da casa, recebe cada convidado, junto a uma bacia com água de onde tira cravos vermelhos, para oferecer-lhes. Em troca, recebe notas de dinheiro, geralmente de pequeno valor. Isso significa que a cumprimentam por seu novo status na sociedade, alcançado segundo a tradição dos ciganos. No terceiro dia após a cerimônia de casamento é dada uma trégua na grande festa: os convidados esperam o resultado do ritual do desvirginamento (isto é em algumas culturas ciganas).

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