sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cotidiano Cigano


A família é à base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia rígida no interior dos grupos. O comando normalmente é exercido pelo homem mais capaz, uma vez que os ciganos respeitam acima de tudo a inteligência. Este homem é o Barô/Gagú e representa a tribo na Kris Romani (Conselho de Sentença ou grande tribunal do povo ROM), uma espécie de tribunal cigano formado pelos membros mais respeitados de cada comunidade, com suas próprias leis e códigos de ética e justiça, onde são resolvidas todas as contendas e esclarecidas todas as dúvidas entre os ciganos liderados pelos mais velhos. A figura feminina tem sua importância e é comum haver lideranças femininas como as phury-day (matriarca) e a bibi (tias-conselheiras), lembrando que nenhum cigano deixa de consultar as avós, mães e tias para resolver problemas importantes por meio da leitura da sorte. O mestre de cura (ou xamã cigano) é um Kakú (homem ou mulher) que possui dons de grande para-normalidade. Eles usam ervas, chás e toques curativos.

No regime doméstico tradicional, homens e mulheres têm papéis definidos. Somente a mãe pode corrigir imposturas dos filhos, as mães ensinam logo que seja possível as artes divinatórias para as meninas, e para os meninos que revelam dons. O pai ensina aos filhos homens, funções masculinas em geral e música. Hoje em tempos atuais devido ao ritmo dinâmico que vivenciamos, estas tarefas podem não ser tão definidas, mas certamente são ensinadas tanto pelo pai, como pela mãe. E ainda ambos juntamente com os avós ensinam o Romani para o tchaorrô, desde a mais tenra idade.
Embora na cultura cigana o homem é quem manda,ironicamente como praticantes da magia e das artes divinatórias, são as mulheres que cada vez mais assumem o controle econômico da família, pois a leitura da sorte é a principal fonte de renda para a maioria das tribos, a mulher na maioria das vezes é quem sustenta o grupo.
As crianças ciganas normalmente só freqüentam até o 1o. Grau nas escolas dos gadjés (não-ciganos), para aprenderem apenas a escrever o próprio nome e fazer as quatro operações aritméticas. A maioria das crianças não vai à escola com receio do preconceito existente em relação a elas. Claro que com o acelerado processo de aculturação, um bom número de ciganos, disfarçadamente, estão freqüentando as universidades e até ocupando cargos de importância na vida pública do país e já chegaram até à Presidência da República. (Washington Luiz e Juscelino Kubitshek).

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