domingo, 23 de outubro de 2011

Devoção a Santa Sara Kali


A hipótese da origem deste Povo ter se originado na Índia é provável, e pela devoção a Sara Kali é realmente impossível negar a familiaridade. Os ciganos nutrem o mais puro amor e respeito por Santa Sara, ainda que não seja provado o porquê da escolha. Para os Indianos a Santíssima Trindade; Braman, Vishnu e Shiva é mais importante que tudo, já que neste país a religião tem suma importância. Kali, a negra é venerada pelo Povo Hindu com Louvor.
Para os ciganos a Santa Sara venerada com o mesmo louvor é negra; daí ser conhecida como Sara Kali, mesmo sendo um Povo em que não existem negros (pelo menos tradicionalmente). Há várias histórias a respeito de Sara.
A mais comum afirma que seu mistério envolve o das "virgens negras", que na iconografia cristã representa a figura de Sara, a serva (de origem núbia) que teria acompanhado as três Marias: Jacobina, Salomé e Madalena, e, junto com José de Arimatéia fugido da Palestina numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice sagrado), que seria levado por elas para um mosteiro da antiga Bretanha. Muitas lendas contam que no ano 50 DC estavam todos nesta pequena barca, quando a mesma perdeu o rumo. Desesperadas as três Santas puseram-se a chorar. Então Sara tirou o lenço que trazia na cabeça e prometeu a Jesus que se todos se salvassem, ela estaria para o resto de seus dias a servir Jesus como sua escrava, jamais andando com a cabeça descoberta.
Milagrosamente a barca sem rumo, atravessou o oceano e aportou em Pethit Rhône, hoje Saintes Maries de La Mer. Sara cumpriu sua promessa e teve sua história divulgada pelas próprias Santas. Outras lendas narram Histórias em que ela era uma Rainha Egípcia. Considerada pelo Vaticano como Santa de culto regional, Sara nunca passou pelos processos de canonização, não se sabendo ao certo o que levou este Povo a eleger Sara sua padroeira universal. Todo cigano tem em sua Tsara ou Casa, uma imagem de Santa Sara Kali, utilizam também medalhas pedindo proteção. A ela oferecem frutas, flores, incensos e muitas orações para pedir graças e agradecer as mesmas. Em Saintes Maries de La Mer (Camargue, Sul da França) a padroeira universal dos ciganos, é festejada em 24 de maio, na cerimônia que se chama “Dalto Chucar Diklô” (te trarei um lenço bonito, que é um presente comum que se da em agradecimento) onde se pede saúde, prosperidade e outras graças.
Outra história a respeito de  Santa Sarah Kali seria serva e parteira de Maria e que Jesus a teria em alta estima por ela ter trazido Ele ao mundo.O que achei interessante que o site menciona este trecho:O texto apócrifo de Tiago mostra que os anjos trouxeram uma parteira, Sarah, que mal conseguia ver Maria, devido à luz que o espaço emitia. Sarah aproximou-se de Maria e observou que seus seios estavam cheios de leite, e que o nascimento de Jesus não tinha lhe tirado a virgindade. O bebé nasceu limpo, como se o parto tivesse sido dirigido pelos anjos e Sarah acompanhou a vida de Jesus com discrição. Provavelmente vivia com Maria, como escrava, Maria Madalena ou com José de Arimatéia, tio-avô de Jesus.
Após a morte de Jesus, os textos apócrifos relatam que as três Marias dirigiram-se para o sul da França, chegando entre 24 e 25 de Maio. Alguns relatos dizem que elas foram atiradas para um barco, sem remos ou provisões e que acabou por atracar na Praia de Maries-de-la-Mer, na foz do Rio Ródano.
Contam uma lenda que os restos mortais de Sara foram encontrados por um rei em 1448 e depositado na cripta da igreja de Saint-Michel, que também recebem em seu altar-mor um fragmento de sarcófago pagão do século III e uma pedra do altar do deu Mitra igualmente pagão, de origem oriental. No mesmo local em Saintes-Maries-de-La-Mer estão depositados os despojos de Maria jacobina e Maria Salomé.
No Brasil, Nossa Senhora Aparecida, em razão de sua pele negra, é a padroeira dos ciganos. E assim tanto no Santuário de Aparecida (para nós Brasileiros) quanto na Catedral de Saintes Maries de La Mer na França, o cigano tem o compromisso de ir, nem que seja uma única vez em sua vida.
 Uma vez por ano, ciganos de diversas partes do mundo se dirigem até Saintes Maries de La Mer, no sul da França, para homenagear Santa Sara. Na festa, peças do esqueleto de duas mulheres que estão enterradas debaixo do altar são retiradas de um relicário e levantadas para abençoar a multidão com suas roupas coloridas, suas músicas e instrumentos. Em seguida, a imagem de Sarah, vestida com belíssimos mantos, é retirada de um local perto da igreja (já que o Vaticano jamais a canonizou) e é levada em procissão até o mar através das ruelas cobertas de rosas. Quatro ciganos, vestidos com roupas tradicionais, colocam as relíquias em um barco cheio de flores, entram na água, repetem a chegada das fugitivas e o encontro com Sara. A partir daí, tudo é música, festa, cantos, e demonstrações de coragem diante de um touro.
Santa Sara distribui bênçãos ao povo, patrocina a família, os acampamentos, os alimentos e também tem força destruidora, aniquilando os poderes negativos e os malefícios que possam assolar a nação cigana. Quase todos são devotos de "Santa Sara", que é reverenciada nos dias 24 e 25 de maio, em procissões que lotam Lês Saints Maries de La Mer, em Camargue, no Sul da França. Através de uma longa noite de vigília e oração, pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de velas azuis, flores e vestes coloridas; muita música e muita dança, cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e o eterno "retorno dos tempos".

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