sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A morte para os ciganos

Os ciganos da Europa acreditam que quando se ouve um pio de coruja distante é sinal que uma pessoa muito próxima a nós irá morrer, porém se o pio da coruja é alto e forte, uma pessoa distante passará entre os mundos dos vivos e dos mortos.
Quando uma pessoa anciã do clã esta doente e sua morte foi prevista, é avisado a todos os seus parentes de longe e de perto não importa onde esteja, a vida, doença e morte do ancião é prioridade sobre todos os outros assuntos.
Várias providências serão tomadas em favor do doente: o doente nunca ficará sozinho, até o seu último suspiro. Este momento é de muita união dentro do clã, mas é um momento que se manifesta muito pouca emoção, em relação ao doente.
Quando o doente morre os ciganos acreditam que seu espírito ficará entre o mundo dos vivos e dos mortos até que seja feito o enterro, eles acreditam que tem que se facilitar a passagem do doente para o mundo dos mortos, e, para isso é chamado um Kaku (feiticeiro) e uma shuvani (feiticeira), esse ritual é feito no silêncio das florestas e próximo a água corrente, sem que ninguém do clã saiba.
Uma pequena fogueira é acesa, bem distante do fogo da cozinha logo que a pessoa morre, o fogo deverá ser feito de uma forma que não se apague, coloca-se em suas chamas, tomilho, sálvia, alecrim e eucalipto, porém deve seguir essa ordem o nome do morto deverá ser repetido 09 vezes enquanto o Kako ou a Shuvani dá sete voltas em sentido anti-horário em torno da fogueira, depois o fogo deve se apagar sozinho e lentamente.
Feito o enterro, todo mundo participa dos rituais da pomana (feito após a morte e enterro) este ritual é em homenagem ao morto, nesse ritual todas as comidas prediletas do falecido será servido de forma cuidadosamente preparada e decorada para tal evento, e o lugar do morto a mesa estará assegurado, a partir desse momento o morto será lembrado, e sua memória reverenciada por todos, afinal eles acreditam que o espírito do morto esteja protegendo o clã, sendo ele mais um mensageiro entre o clã e Duvel. (Eles acreditam que a pessoa continua rodeando e amparando os que deixaram no mundo dos vivos e todos os pertences do falecido devem ir junto com ele.)

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