sábado, 19 de novembro de 2011

Hierarquia Cigana

Para entender a estrutura da família cigana, é preciso entender a mulher cigana.
É a mulher cigana que carrega os dons mediúnicos, sendo assim, por mais importante que o homem seja na hierarquia cigana, normalmente ele não decide nada sem a ajuda de uma cigana.
A hierarquia e os cargos são divididos da seguinte maneira:
Melichs – Kalinata/ Ratói -  Manouche,Puri Day, Shuvani - Barô, Babá.
O melich (que em romanes quer dizer ajudante ou auxiliar), são os crianças, iniciadas geralmente aos 7 anos, eles são responsáveis pelo cuidado das ofisas, mesas, tchaios e aparatos mediúnicos em geral.
 O cargo de kalinata e Ratói deve ser dado após o fim do Khértia Drom e pode se estender durante até 30 anos do servir, embora muitos aos 20 anos já se mobilizem e trabalhem dentro dos cargos superiores, mas sem voto dentro dos acampamentos, sempre só utilizando a dar conselhos.
Ambos podem ministrar o Khértia Drom. Dependendo da pessoa e do trabalho que ela exerça tanto espiritual quanto de ramasordé, é o cargo que a maioria dos ciganos ficam a vida inteira e quando mudam de função acabam não largando as tarefas, visto que estão tão acostumados que já fazem naturalmente. A Kalinata (mulher) ou Ratói (homem) tem aqui as mesmas funções que é cuidar para que tudo aconteça dentro do trabalho espiritual ou de kumpania. Verificam a segurança do acampamento, ou tsara espiritual, cuidam dos que guardam (espíritos), de todos os aparatos, dão ordens aos Melichs, são os olhos e ouvidos dos Barôs e Bábas.
São os mais cobrados tanto espiritualmente quanto nos seus acampamentos de origem. Um Barô ou Bába, se verem algo errado chamarão um deles e os encarrega de resolver o problema, as Vourdakies devem ser realizadas por Kalinatas e Ratóis, que devem conhecer seus fundamentos profundamente. Dificilmente durante o exercer deste cargo se opõem ou desobedecem às ordens dadas. A Kalinata (que em romanes quer dizer “Operária”), é uma mulher que quando exerce seus conhecimentos com padrão de comportamento impecável, são pessoas muito consideradas, e tem autoridade para chegar ate o Barô sem marcar, independente de ela ser mãe ou não, que é uma coisa que dá autoridade a mulher.
Embora ainda sem voto, são ouvidas porque estão dentro da kumpania ouvindo a todos. O Ratói (que em romanes que dizer “Sabedor”) é o homem que decide junto da kalinata tendo as mesmas atribuições. Astralmente e fisicamente é o homem que coloca verdadeiramente as mãos para resolver o que deve ser feito.
As fogueiras são tarefas exclusivas dos Ratóis, tanto a arrumação, quanto acendimento e definição do que fazer com as cinzas que geralmente são entregues as Kalinatas. Após 20 anos ativos e com autorização pedida e dada, ou 30 anos ativos sem pedidos de autorização, tanto a Kalinata quanto o Ratói, podem passar pelos ritos de Roti Diena e serem chancelados por um Barô ou Bába, para ter outras atribuições. A mulher Kalinata, terá um grau nesta estrutura diferente do homem, depois do Roti Diena, ela conforme o clã e origem ela receberá a função de Manouch (que em romanes é nome de clã e quer dizer feiticeira), Puri Day (que em romanes quer dizer Matriarca, sua palavra é chanceladora, principalmente na magia), Shuvani (que em romanes quer dizer Sacerdotisa, que trabalham na Ramasordé).
Todas terão a mesma atribuição, orientar as kalinatas, Ratóis e Melichs. Execer voto, direitos a palavra, a ramasordé, e a se casar sem autorização do Clã. Assim como ministrar o Roti Diena. O homem não passa por este estágio intermediário, ele é logo chancelado Barô.
Por isso os ritos diferenciados e separados. Apenas em toda a estrutura encarnada, um clã dispensa estes ritos, que são os Kalons Latatcho ( aqueles que nascem prontos), que são tidos nos clãs astrais, como prontos para o trabalho espiritual. Após 15 anos as Manouchs, Puri Day e Shuvanis, podem ser indicadas para ocupar o cargo de Bába.
A Bába que tem tanto poder quanto o Barô embora necessite da concordância dele para casos mais graves, tem poder de autorizar, mandar, esclarecer, definir e outras atribuições, somente sendo exclusa do Kris Romani, onde somente homens podem estar.
As pessoas que exercem a função de médium poderão após autorização astral, passar pelos ritos de preparo para o trabalho astral, embora possam exercer os cargos de Melichs, Kalinata / Ratói, Manouche / Puri Day / Shuvani, nunca serão chancelados Barôs e Bábas. Os espíritos que dirigem as tsaras é que tem estes títulos. Não existe Barô e Bába que não sejam ciganos de sangue. O dirigente independente do sexo será chamado de Jutsi (que em romanes quer dizer “Soldado”).

Cigana Yasmin


Yasmim é de origem do Oriente Médio, da Ilha de Chipre, viajou muito pelo mundo, e sendo uma pessoa doce e compreensiva, conquistou muitas amizades. Esta cigana protege laços de amizade, principalmente os que são abalados por motivos de briga por louvés. Determinada, não descansa enquanto não une amigos que estão brigados por opiniões diferentes ou qualquer outro motivo que seja capaz de afastar pessoas que se querem bem de verdade.
Sua principal magia é a da união, ela apanha dois bonecos, feitos de tecido de algodão e ervas secas, como amor agarradinho, verbena, artemísia, avenca e alecrim. Batiza-os faz esta oração: “Por Deus pai, pelo Filho, e pelo Espírito Santo, estes amigos, Fulano e Fulano, não irão brigar ou cortar relações, pela força do Sol e da Lua, pelo dia de hoje, pelas horas que são, eu os conjuro a não dormir, nem comer, nem conversar, nem fazer nada em paz, enquanto não fizerem as pazes um com o outro. Por Ariana e Tarim, por São Cosme e São Damião, pela amizade das três Santas Marias com Santa Sara, pela Virgem Maria”. Amém. Depois de rezar esta oração, ela amarra com fitas azuis os bonecos como se estivesse bem abraçados, e esconde numa caixa com pétalas de rosas. É grande o poder desta magia de Yasmim e realmente é certeira.

Cigano Yago



Este Cigano protege as pessoas que sofrem por motivos de falta de saúde, os que sofrem de vícios e querem se regenerar, as pessoas sem opção na vida e que transitam à noite (é um cigano que anda nas sombras e só ataca para se defender), detesta brigas, pois sabe que sua força, mesmo moderada pode vir a machucar, protege também os músicos, os artistas e as plantações de flores. Não se sabe a origem certa deste cigano, pois ele fala vários dialetos e idiomas, o mais marcante nele é o seu apurado gosto por música de vários estilos diferentes. Faz muitas magias tirando som das coisas, usa mãos, castanholas, 02 varinhas (tipo baquetas) e uma sacola com objetos e coisas de origem árabe, como snujjis, fumo mentolado, nozes e frutas secas. Em vida foi um grande músico (violinista), por isso conhece todas as faces das pessoas quando ouvem determinados sons, e define muito bem quando a pessoa esta mentindo. Seus protegidos têm voz marcante, e a maioria tem dons artísticos. Ele ajuda aos que se enganam e não querem ver a verdade, para estes ele fala de um modo até por vezes ríspido, para que a pessoa veja a situação real das coisas. Seus instrumentos musicais servem para evocar os amigos astrais, toca também violino, enfeitiçando a todos. Não dispensa o lenço, as baquetas e as nozes. Seu vinho deverá ser distribuído enquanto ele da suas consultas. Faz passos leves de dança, como se estivesse ouvindo um violino muito bonito. Trabalha com ciganas astrais incorporadas ou não, é um comandante suave porém firme. Fala baixo, e só sorri com vontade quando tem criança por perto (ele adora). Descobre mentiras sem procurar saber, é como se o vento viesse lhe contar. Ama os animais e as plantas. Seu trabalho astral é firme, mas não é muito de vir a terra, a não ser que o chamem para integrar clãs ou fazer feitiços específicos. Nunca deixa seus protegidos sozinhos, ainda mais quando estão trabalhando com o astral, fica sempre por perto e se necessário, vem até a terra, para resolver os problemas. Muitas casas que recebem Yago, colocam um cd de violino (músicas lentas), para agradá-lo.
Ele prediz com cristais, moedas, baralho e através da natureza (olhando o céu, o sol, a lua e o vento). Suas consultas devem ser breves, a não ser que o problema seja de saúde. Com suas baquetas ou castanholas, ele faz sons e muitos consulentes “caiam em transe na hora da consulta” é um sinal de que estão precisando trabalhar espiritualmente na linha cigana.

Cigano Wladimir

         Este cigano não revela sua origem, diz ele que é “do mundo”, é protetor do trabalho, consola e ajuda aos que estão momentaneamente sem ele. Cigano imperioso e trabalhador. Gosta das boas coisas da vida, que depois do trabalho seriam segundo a sua definição mulher, mulher e mulher, depois em música e comida. Responsável falante, guerreiro, conhecido como o “Rei dos Ciganos”, os que não tem medo da luta podem vir até ele, pois ele os ajudará a arrumar trabalho, manter, e crescer no lugar. Sua magia principal é feita com melão, açúcar cristal, erva dinheiro em penca, moedas e uma vela vermelha.
Wladimir abre o melão ao meio coloca açúcar cristal, coloca seu pedido, e junta com o dinheiro em penca, acende a vela e diz: “Sou Wladimir, o guerreiro, que trabalha o dia inteiro, o ano inteiro, de janeiro a janeiro, não vou deixar esta pessoa sem dinheiro, dinheiro que virá de seu trabalho, estou te socorrendo com o poder de Deus, da Virgem e de Santa Sara, e assim tu terás trabalho e dignidade”.Assim é feita esta magia por Wladimir o cigano guerreiro, que costuma “aparecer” em outras linhas, visitando ou pairando no local, sempre procura ajudar primeiro as mulheres.
Rei de todos os ciganos.  É tempo de dizer que Wladimir, é o protetor do trabalho, e das mulheres, sendo muitíssimo exigente, quando se fala que vivemos num país tão cheio de pessoas que quando detêm poder, não o utiliza na forma correta, acarretando desemprego e desestabilização de muita gente.
Wladimir foi um grande homem, do mundo, joieiro, ourives exímio, observador dos sentimentos que não passam, atento sempre com as mulheres, todas, as mães, irmãs, tias, avós, kalinatas, dienas, purys, mas também sempre justo. Chegando a checar todos os lados de uma mesma questão, mesmo que tendenciando ao lado feminino, por julga-lás mais necessitadas de sua atenção.
Wladimir fazia suas jóias pelo mundo e com o seu jeito calmo conseguiu auxiliar muita gente, de nosso povo e também de gadjes, sempre primando pela justiça e pela força e amor ao trabalho.

Cigano Velask

O Cigano Velask tem origem Tunisiana. A Tunísia é um país do norte da África, limitado a norte e a leste pelo mar mediterrâneo, através do qual faz fronteira com a Itália. Em sua vida andou muito pela Europa, e também pela Índia. O que faz com que ele tenha várias influências, que refletem muito no seu jeito peculiar de ser.
As magias do norte da África, dos feitiços Mouros, o acervo mágico dos Barôs Italianos e Espanhóis, além da grande sabedoria dos encantadores e Magos Indianos, fazem parte do jeito de ser deste cigano. Aprendeu com sua família, a não se revelar, por causa das perseguições que sofreram na época. Muitos acreditam que ele seja integrante do Clã Márcovitchs, por causa do jeito com as várias fórmulas mágicas que faz, coisa muito comum nesta natsya. Desde criança teve de “enfrentar” sua grande paranormalidade, e capacidade analítica, que o fizeram traduzir ao longo de sua vida muitas situações em que ficou mal visto a princípio, mas logo as pessoas viam que ele estava certo. Com seu pai, aprendeu que o “espírito das ervas”, ou seja suas propriedades curativas, são de grande poder e que podem interferir, curando ou fazer adoecer os viventes. Em todos os lugares que passou, prestou auxilio a ciganos e gadjes, com a sua sabedoria a respeito das folhas. Sua história mais conhecida, foi quando conheceu uma feiticeira arabesca, que conhecia tão bem quanto ele os segredos do poder das plantas e por quem ele se apaixonou perdidamente. A mulher era viúva e vivia sozinha, porém ela tinha motivos para que fosse assim. Ela o recusou sistematicamente. Ele insistia. Até que um dia, ele desrespeitando o poder das plantas fez uma poção para hipnotiza-la, e levou ate o seu encontro com um presente também feito por ele, que era um perfume também magiado. O perfume de pétalas orvalhadas de girassóis e rosas, encantou a mulher, e por isso ela acabou bebendo a poção.
Dado as horas em que conversavam, e que ele aguardava para poder estar na intimidade dela, e após estar gozando a existência no corpo dela, ela fez a revelação. Ela quando neófita de magia, havia se envolvido com um homem comprometido, e feito uma magia para separar ele da pessoa do coração dele, que era mestra em magia moura, esta mulher, traída e sofrida, fez uma contra magia na comida, e ele de tão magiado acabou morrendo.
Sendo assim ela havia jurado ao universo que jamais se envolveria amorosamente com mais ninguém, pois senão o universo poderia tirar o poder que ela tinha,e também pagaria com a própria vida. Ele ficou estupefato, se perguntando mentalmente porque sua intuição, havia falhado, porque ele não havia tido aviso. Ela respondeu, que quando a pessoa fica obcecada por uma idéia, seu poder mágico se afasta, até que o equilíbrio se re-estabeleça. Então Velask entendeu. Logo a arabesca, começou a desenvolver vários tipos de mazelas, ele por mais que tentasse não conseguia êxito no tratamento dela.
Ela estava muito serena, pois ela já sabia que teria que deixar o corpo muito brevemente, por causa de seus atos. E ele sentiu que “prostituiu” as plantas para que seu desejo pessoal fosse satisfeito, sendo assim após a morte da feiticeira, ele ficou recluso sofrendo de insônia por muitos anos, até que uma Bari árabe, deitou as lâminas, e falou. Você esta perdoado, daqui para a frente terás vida normal, porém nunca se esqueça, de sempre respeitar a opinião do outro, pois lançar mão de artes mágicas para conseguir o que queremos, pode ter conseqüências muito desastrosas. Quando se sentir obcecado por uma idéia, lembre, que o que juntamos na magia, esta abaixo e esta acima, e nunca devemos atrair forças descontroladas, pois a conseqüência nos acompanhará pelo resto da existência da alma.

Cigana Tainara


 


Esta Cigana protege os enfeitiçados, que estão sofrendo contra forças maléficas impregnadas ou as que estão quebrando a força natural da pessoa. Protege a fé, os desesperados, os que sofrem de mal de amor e os que estão em desenvolvimento mediúnico para que não desvirtuem do caminho certo.
É de origem Árabe, do Sudoeste da Ásia, de uma região em que os Ciganos paravam para descansar antes de seguir viagem rumo à Espanha. Provavelmente é de um Clã chamado “Churary” (fala-se tchurrary), que é especialista na arte de forjar facas e provavelmente trabalha com elas, ou as tem na cintura. Esta Cigana não é nova de idade, diria meio termo. Em vida precisou se esconder por causa de seus feitiços, é uma cigana feiticeira, quase bruxa, por isto esconde o rosto. Ela conta que atendia à todos sem distinção, por isto foi perseguida por nobres e reis, que queriam que ela fizesse feitiços somente para atender aos propósitos delas e ela atendia a todos que dela precisavam.
O fundamento de sua magia, é a fumaça e o vento. De fogueira, vela (colorida), cigarrilha, cachimbo e incenso, na fumaça com um leque, ela trabalha para os mais diversos casos. Faz magias para cura (de depressão, males do corpo físico), cura espiritual, perseguições físicas e espirituais, amansar amores, união de pais e filhos. Ela não é simpática, se preocupa em ser muito verdadeira. Fala pouco, ri raramente, somente quando esta muito satisfeita, sua dança é estranha, sempre com algo que possa enfumaçar e fazer magias. É bonita mas dá um certo medo. Suas especialidades são passes e magias diversas.
Não usa jogo. Analisa o rosto das pessoas. Embora tenha mão para qualquer oráculo. Não gosta de falar nem de dar conselhos. Aceita véus e lenços de presente, sua cor é a vermelha. Quando ela chega o tempo fica atemporal (parece que o tempo pára), e ficamos sem noção de tempo também. Sua magia é maior quando o médium esta dormindo, pois ela avisa por meio de sonhos o que irá acontecer, mesmo que a pessoa não se lembre do sonho, ela fica sabendo por intuição. A Cigana Tainara quando esta na terra incorporada, o médium ganha uma expressão madura, férrea, forte, sem perder a elegância e suavidade. Porém as pessoas percebem a força que tem esta cigana, somente no modo dela olhar, pois o médium muda completamente.
Ela sempre trabalha com uma faca, uma coisa para fazer fumaça, e um leque. O leque e a faca geralmente estão juntos na cintura. Assim ela dá passes sem nada dizer. Mas quando ela tira o leque da cintura, começa a fazer sinais aos Ciganos incorporados, encarnados e do astral, ela abana o consulente com o leque e é sinal de que a pessoa esta carregada, mais que ela ajudará na resolução do problema.
Obs: Ela prefere ajudar aos que estão mais necessitados. Deixando os outros consulentes com problemas menos graves para suas irmãs e irmãos ciganos cuidarem. Ela não vem sempre à terra, a não ser que seja preciso, ou esteja satisfeita.

Cigana Sulamita

         É a protetora de mulheres grávidas, a que “toma conta” de partos difíceis. Esta cigana é natural de uma região entre França e Borgonha. Viveu muitos anos em Espanha e Itália. Viajou por muitos lugares, Portugal, Índia, Egito e outros. Em verdade trás em seu coração um pouco de cada um destes países no seu coração. De espírito vívido, é faceira, admirada por todos que a vêem, principalmente o sexo oposto. Boa, generosa é também geniosa ao extremo e capaz de ataques de fúria. Autorizada a entrar na aura de não ciganos, deixa sua mensagem e faz diversos trabalhos de magia. Suas magias geralmente são feitas com frutas. Mas a principal é para desamarrar parto difícil. Sulamita faz assim: Ela enterra uns ovos crus com cuidado na terra, em vaso ou chão, em frente da porta onde mora a grávida. Coloca em cima vários doces brancos e chama diversos espíritos ciganos e de outras linhas para fazer uma corrente de força. Os ovos são desenterrados quando a mulher da à luz sem perigo, então estes ovos são quebrados, simbolizando que ela esta quebrando todo o mal. Para que nada aconteça à mãe e o bebê.

Cigana Soraia


Embaixo de uma árvore frondosa e afastada do acampamento, encontraram a cigana Soraya aos prantos com um bebê no colo. Naquela época fazia muito frio na Dinamarca, mas o neném parecia estar muito bem aquecido. Já não eram lágrimas de dor e talvez nem tudo estava perdido…
Casou-se bem cedo, possuindo todos os dotes que uma virgem cigana deveria ter. Como de costume, a noiva passou a pertencer à família do noivo, mas para a surpresa de todos, os dois clãs decidiram se unir, da mesma forma que se uniram Soraya e Karlon. No astral, iniciava-se mais uma jornada, onde oportunidades estavam sendo dadas a todos esses espíritos, pois para a misericórdia Divina nada se perde e tudo se transforma.
Até que, numa gélida e escura manhã de inverno, tiveram a confirmação através de umas das shuvanis do clã… Soraya tinha “ventre seco”. Logo ela, tão bela e formosa! – alguns falavam. Desgraça! – outros diziam. Ela foi amaldiçoada! – murmuravam. A única coisa que Soraya pensava era fugir dali, pois não existia mal pior do que esse para uma cigana. Sabia que iria ser repudiada, mas não suportaria ser condenada pelo marido também, o qual aprendeu amar e respeitar.
Enquanto os mais velhos preparavam a Kris-Romani, uma espécie de tribunal onde julgava casos como esse, ela conseguiu fugir. Correu, correu, correu… Já não tinha mais fôlego quando se deixou cair aos pés daquela árvore. Vários ciganos foram atrás dela, mas não a encontraram… Estava tão desesperada e esgotada que nem percebeu quando uma carruagem parou ali perto. Uma senhora, que mais parecia uma serviçal desceu e atirou em seus braços aquela inocente e indefesa criança sem ao menos dizer uma palavra. Fitando aquele lindo bebê, Soraya compreendeu que a alma é muito mais importante do que o corpo, pois a alma é eterna e o corpo apodrece. Mergulhou no azul dos seus delicados olhos e voou. Voou como se estivesse na imensidão do céu… Olhou para a carruagem, a qual já se desmanchava no horizonte. Ainda pode ver o brasão, que parecia ser de família nobre, mas não se importava com mais nada. Algumas crianças do clã, que estavam acostumadas a brincar por ali, a encontraram e quando levou novamente seu olhar para a carruagem, aquietou seu coração… Não era uma carruagem, era Santa Sara Kali, a mãe dos ciganos…
Retornou para o acampamento com as crianças, que viram tudo que tinha acontecido ali. O julgamento já estava sendo finalizado, mesmo sem a presença dela, quando pediu licença para falar, ainda com o Felipe nos braços. As ciganas não conseguiram conter as crianças, pois começaram a relatar tudo que viram. Deram permissão para que ela falasse, até porque queriam saber de onde vinha aquela criança. Seu marido ficou feliz quando a viu, pois compreendia e aceitava aquela condição de esterilidade, não concordando com a decisão da Kris-Romani. Na verdade, já tinha aceitado até mesmo antes de reencarnar e trazia isso em seu inconsciente.
A fé em Santa Sara Kali atravessou os mares mesmo durante as tempestades, transformou a tradição e ensinou a amar acima de tudo…
Felipe cresceu e parecia ter sangue cigano nas veias… Com ele, todos aprenderam que liberdade é muito mais do que imaginavam; que a liberdade vai além da matéria e que a liberdade vem da alma!
Mudanças são necessárias para que possamos evoluir, mesmo que seja através da dor. Cada um é responsável pelo seu baji, ou seja, destino; sempre de acordo com a semeadura.
Espíritos que num passado remoto se uniram para disseminar a “raça pura”, ontem se uniram para celebrar a união, dos noivos e dos clãs… O cigano Felipe, porta voz da “purificação da raça” de outrora; ontem de pele clara e olhos azuis se destacava entre os ciganos de sangue e de peles avermelhadas, aprendendo e ensinando que todos são irmãos, filhos do mesmo Pai.
Soraya se conformou, compreendeu e lutou, aproveitando a oportunidade que lhe foi dada. Arrependeu-se e pediu perdão por que ainda trazia em seu perispírito os abortos provocados em outras vidas, juntamente com o seu antigo cúmplice, o cigano Karlon. Transformou-se em uma linda cigana, curandeira das crianças, sempre com o Karlon ao seu lado.

Cigana Sibelle


Esta cigana de origem romena, é calorosa, amiga e muito misteriosa. Apesar de ter nascido na Áustria alemã, viveu durante a sua vida em países de língua espanhola, e assim a sua viagem pelo mundo, foi pela Argélia, Espanha, México e América do Sul, mais precisamente no Chile. Em uma de suas viagens, Sandro que era seu primo, a convidou a ir ate a Córdoba, onde Sandro conhecia como quem conhece filho de sangue.
E nesta viagem foi Sibelle quem sentiu que algo estava mudando na vida dela. Apesar de estar com a Rromhá, sabia dentro de seu coração que alguma coisa aconteceria com ela naquelas terras. Levantou-se uma manhã e pediu a Sandro para fazer um mapa astrológico para ela e tudo foi respondido. Sandro a advertiu quanto sobre uma “invasão” (falou rindo) ao seu coração, ela temeu, mais não tinha muito o que fazer a respeito. Sua família kalderasth, vendia peças de cobre. E um dia na Praça, um pequeno grupo de rapazes gadjes se aproximaram para olhar as peças de cobre. Entre eles um lindo rapaz alto, moreno.
Era o que menos falava e menos pechinchava. No final da compra da última peça, ele se aproximou do cigano mais velho, e disse que era um cigano de descendência perdida que queria se juntar ao grupo e casar com aquela pequena cigana de olhos cor de mel, tão pequena e sedutora. O Homem riu e disse: Filho, foi boa a piada para contar num bar com os amigos. Eu também faço piadas e histórias de gadjis, mas não se aproxime desta cigana e nem de nenhuma, se você quiser viver em paz, suma daqui. Sibelle não sabe porque mas também gostou dele, sem ter sabido ao menos do que ele falava. Quando ele se afastou, olhou para Sibelle de longe e sorriu para ela que involuntariamente sorriu também. Um dia ele veio até a kumpania, e contou sua história ao Barô. Sua mãe uma cigana se envolveu com um gadjo, que logo que a cigana teve o bebe ele invadiu a kumpania e roubou o bebe dela. Viajando para bem longe. Disse que estava a postos para qualquer teste. Ele era um bailarino maravilhoso e dançava dança cigana, sem nunca ter tido vivência com outros ciganos antes.
Ele falou com tantos detalhes que o Barô acreditou que ele estivesse falando a verdade. Então marcou o dia do teste com armas brancas, seria uma dança-luta, que os ciganos homens fazem. Ele ficou tranqüilo e já trocava olhares com Sibelle, já que palavras era mais difícil. Mas um outro cigano que já se considerava o prometido dela, embora não houvesse combinado em relação a isso, não gostou, e se ofereceu ao Barô para lutar com os leques. Ele havia envenenado todas as hastes, e lâminas que usaria nas lutas e no dia, o pretendente, fez uma belíssima luta, embora tenha terminado deixando o Barô sem dúvidas, terminou muito ferido, quase morto. Ele foi socorrido e ele disse ao homem: - fostes desonesto sem motivo. O homem disse: eu não deixaria um posh rats, levar Sibelle, a mulher que eu amo.
Então ele compreendeu que devia primeiro ter falado com ela. Mandou chamar o Barô, e pediu para falar com sua amada. Ele disse: - Menina dos olhos de mel, eu te amo. Ela disse eu também te quero “meu cigano”. O rival muito contrariado pensou, deixarei o anoitecer e o matarei. Mas o Barô, um cigano muito experiente, no anoitecer foi ate Sibelle e fez com que ela fugisse com o doente, já que o considerava cigano.
Eles fugiram, e quando o cigano veio para matar, viu o Barô, e disse: onde esta o maldito? O Barô respondeu: Casaram-se nas benções de Sara. O homem perguntou: - Porque? Porque eu que sou Barô, também sou filho de gadjé. E o importante é o amor. Assim Sibelle foi viver ao lado do homem amado que o destino reservou para ela. Foi muito feliz e sempre dizia seu ditado favorito: O cigano que a vida leva, o vento dos ciganos trás de volta.

Cigana Sara



Esta cigana é de origem do Norte Europeu, era Moldovája, nascida na Moldóvia. Desde cedo mostrou sua importância de forma suave, os que a conheciam. Não mais se esqueciam dela, o poder da doçura conferia um grande numero de amigos. Sempre foi muito bem sucedida no que propunha fazer. Pensava sempre em vencer as dificuldades com vontade, superava os obstáculos e perseguições que apareciam. Isso a fez considerada, pois tinha também a mão do ouro, com incrível facilidade de imputar também aos outros esta boa energia.
Era uma médium muito forte e fazia a magia dos anjos da guarda. Tudo o que ela solicitasse a eles ela era atendida. Era bonita, esguia, dançava bem, com muita graciosidade e isso despertava inveja em algumas pessoas. Ainda jovem se apaixonou por um homem que também a amou com fervor. Só que ele era gadjò. Logo quando seus pais perceberam que ela estava perdidamente apaixonada, a fizeram selar daró, ou seja aceitar um cigano escolhido por eles. Logo o brilho que havia em Sara fenecia. Veio o casamento arranjado para logo, pois pensavam seus pais que aquilo logo passaria. Mas na cerimônia, todos viam atrás do seu riso, a falta de brilho, a tristeza dos seus olhos. Seu marido então que já começava a se apaixonar, se incomodava com aquele sentimento que Sara nutria por outro homem.
Fazia-lhe grosserias, batia em Sara, tratava-a como uma traidora. Ela calava a tudo. Nesta época a única alegria que Sara tinha era dançar, pois assim se conectava com seus anjos amigos, e fazia as magias que necessitava fazer. Em uma ocasião pediu que o gadjó não pensasse mais nela, já que havia casado, noutra que abrandasse o marido. Mais logo a maior magia se fez. Ela se descobriu grávida! Logo o marido começou a levantar suspeitas de sua fidelidade, o que doía nela, pois era inocente! Quando seu filho nasceu, ele a tirou dela logo após o desmame, para ser criado pela mãe dele. Sara desabou, sofreu, chorou, mas nada fez com que ele mudasse de idéia.
Pedia aos anjos todos os dias para que cuidassem bem de seu filho. E numa de suas orações, veio à aparição de um anjo dizendo que ia ajudar. Ela sorriu, seu coração encheu-se de alegria e esperança. Logo após este acontecimento, seu marido teve um problema de saúde muito sério vindo a falecer. Ela foi morar com a sogra e com o filho e se surpreendeu. Sua sogra disse a ela que também havia sido como ela, e que ela entendia e apoiava Sara. Mesmo se ela se envolvesse com o gadjó que em segredo amava, pois isso já havia acontecido a ela também. Mas o gadjó em virtude do medo que impunha-lhe pelo finado marido, não respondia aos seus apelos. Ela então se fechou para este homem. Mas não para o amor. Vivia feliz com seu filho e fazia inúmeras magias para auxiliar quem precisasse. O amor permanecia em sua vida.
O amor aos espíritos, aos anjos, a auxiliar quem sofresse por amor. Esta cigana hoje quando elege seus protegidos, devota amor a eles de forma muito carinhosa, faz com que sejam pessoas que tentem entender os problemas e as paixões das pessoas. É carinhosa e forte. Dança na energia dos anjos da guarda, espalhando bem estar a quem for afortunado de conviver com ela. Ela usa roupas leves, ama dançar e quando se movimenta, sente-se a energia de Sara no ar. Trabalha com orações, pétalas de flores, doces finos.
No astral ela é mestra em fazer com que os amores verdadeiros venham poder se realizar, realiza feitiços enquanto dança e harmoniza a aura das pessoas. Em sua dança consola os aflitos, as amigas, as mulheres e as mães. Seu ditado favorito é: Tudo passa, amanhã tudo pode ser esquecido.

Cigano Sandro


         Este cigano é de Origem Sul Americana, em sua última passagem pela terra, viveu em Córdoba na Argentina, viajou por toda América do Sul e alguns países do mundo, gosta de dançar, gosta de bebidas fortes e se veste com camisas de babados em cores berrantes. Tem uma longa cabeleira negra, é encantador.
O cigano Sandro é um grande astrólogo (tanto cigano como ocidental), a através do zodíaco, atende as pessoas e as ajuda a tomar decisões importantes com discernimento e consciência. Atende principalmente a quem ele chama “Os Marginalizados da Noite” que sofrem por amor (dançarinos, rufiões, lumiascas, músicos, etc....), porque ele foi um grande dançarino, por causa do preconceito perdeu o seu grande amor. Quando entra na aura de seus protegidos não permite que eles bebam álcool, diz que foi isto que o matou. Faz cálculos de astrologia e ajuda seus clientes a traçar um plano de ação para o futuro, trabalha também com diversos cristais e cura com as mãos.
       Sandro atende seus clientes da noite a noite. Seus protegidos são procurados por pessoas que nunca viram e que lhe contam seus problemas, graças a atuação energética de Sandro, dão conselhos e ajudam de diversas formas, se imantam naturalmente, só precisando de algumas horas de repouso.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cigana Safira


É protetora dos perseguidos, dos que sofrem injustamente, e que muitas vezes não tem como se defender. A Cigana Safira, protege os indefesos, os inocentes, os tímidos e os tristes.
É de origem Européia, da Alsásia, uma região que fica entre a França e a Itália, de um povoado ítalo-hispânico, em que habitavam os Kirilésh (nome de um Clã, oriundo da Cataluña). Foi muito perseguida em vida, por isso ajuda aos que precisam de força e luz nos mais diversos setores da vida. Suas magias tem fundamentos diversificados por causa das muitas viagens que fez ao redor do globo.
Destacam-se as de origem Espanhola, Árabe, Egipsiana, Nigeriana e as típicas da rromhá. Ela quando entre nós é encantadora, e quase nos hipnotisa, pela leveza e firmeza com a qual se apresenta. Tem mão de jogos tradicionais como das Radens, Buena Dicha e Quiromancia. Por vezes é dura e aconselha com firmeza, observando todos os lados da questão, e analisando rapidamente. Faz magias para amor e saúde a base de frutas e flores, sua fruta predileta é a maçã. Mais o fundamento mais forte, é quando ela só olha e dança ao redor do consulente. Com este gesto tira todas as mazelas, e energiza a pessoa ao mesmo tempo.
Onde chega sua energia sutil é notada, sua cor favorita é o azul, que embora considerada uma cor fria, no corpo do protegido incorporado, as vestes ganham uma leve camada dourada, que impressiona à todos que estejam perto da Cigana Safira.
A água energizada com uma maçã inteira dentro do jarro, é distribuída aos que precisam de ajuda da Cigana e a maçã é presenteada ao mais necessitado. Quem ganha esta maçã pode ter certeza que com as instruções que a Cigana der, terá muitas chances de resolver seu problema em pouco tempo.

Cigana Rosita


Esta cigana é de origem indiana, embora tenha vivido durante toda a sua vida entre França e principalmente na Espanha, local de nacionalidade de seu pai. De pele clara e cabelos muito negros, era de beleza ímpar. Tendo veia muito artística logo se enveredou pelos caminhos da arte da dança. Uma dança sem par, misturando passos do tradicional katac indiano, danças mouras marroquinas e o tradicional flamenco espanhol. Fazendo uma dança cigana cheia de movimentos, sapateados e véus, hipnotizadora e avassaladora. Logo que chegou a idade em que se desperta desejo aos homens, ela foi proibida de dançar em público de gadjos, como fazia nas praças espanholas.
Como num prenúncio de que algo poderia acontecer. Assim foi. Um dia em kumpania em orla espanhola, num lugarejo distante, dançava na praia para a luz da lua, quando um gadjo olhava e se encantava com os movimentos suaves que Rosita fazia para a lua. Este homem ficou tão inebriado que passou a ir todas as noites na esperança de vê-la dançar. Ficava cada dia mais apaixonado por esta linda mulher que carregava a meninice dentro dela, dentro daquele corpo de mulher e alma de bailarina. Um dia tomado de paixão, se aproximou e ela assustada fugiu. Ele ficou chateado, mas voltou em outro dia. E quando ela ia correr, ele a tomou pelo braço e impensadamente a beijou.
Ela sem saber por que correspondeu apaixonadamente. Ao se afastarem ele disse que a amava profundamente sem saber porque, mas sentia pulsar este sentimento com fosse o sangue das veias, como se fosse este amor, o combustível da vida. Ela sentia igual, mas era prometida e nada poderia fazer. Disse que ele se afastasse, que fosse embora. Ele prometeu segui-la aonde quer que fosse, somente para vê-la. Nisto se aproxima seu noivo e futuro dono de sua vida, ao perceber o ar enamorados deles, a arrastou violentamente e disse: Rosita, tu sabes que és minha, não sei o que aconteceu entre você e aquele homem, mas saibas que mesmo sem saber eu vou mata-lo. Rosita ficou muito apreensiva e nada disse, não naquela hora, mas pelo susto, nada podia dizer. E assim foi, depois de algumas semanas quando o homem foi apreciar a linda dança da cigana prometida, seu noivo estava a espreita e logo num golpe de facas mortal o matou. Rosita se resignou ao saber, sofria calada, mas disse ao noivo quando este contou: Sabes que estava errado e que eu nunca tive nada com aquele homem, mas apesar disso eu o amei, porque ele me deixava ser livre.
Eu serei tua prisioneira, mas o meu amor, o meu coração, tu nunca terás. E assim casou, teve filhos, mas só nos momentos de sua dança solitária se sentia liberta e amada pelo homem que morrera por sua causa, sem mesmo ter tido os desejados momentos de paixão com ela. O marido lhe proporcionava uma vida satisfatória em termos materiais, mas também não conseguia perdoar o fato de ela não lhe amar. Sendo assim ela viveu para seus filhos e para sua arte, encantava a todos com o coração sangrando. Ela acabou falecendo de tristeza e desamor que havia dentro de sua casa.
No astral ela é mestra em fazer com que os amores verdadeiros venham poder se realizar, realiza feitiços enquanto dança e harmoniza a aura das pessoas. Em sua dança diferente consola os aflitos, as amigas, as mulheres e as mães. Rosita que foi prisioneira durante toda a sua vida, faz com que as pessoas gozem a liberdade com seus sábios conselhos, com suas sabias mãos. Seus olhos misteriosos, traduzem tudo, muitas vezes sem palavras, é amorosa, gentil, bonita, seu ditado favorito é: Eu fui prisioneira da vaidade e do desejo, hoje sou prisioneira da liberdade do amor. Ela realiza feitiços que libertam os amores impossíveis, trazendo o entendimento para todos.

Cigana das Rosas Vermelhas


Era natural da Espanha Moura, de Málaga na Andaluzia, mas viveu boa parte de sua vida ao Leste, recebendo pela proximidade, uma influência bastante Portuguesa. Sua família era tradicional no comércio de jóias, eram bedónis que se fizeram bastante presentes em toda a Andaluzia. Ela tinha o mesmo jeito brejeiro que tem hoje, mas com uma visão “extra” que assustava até mesmo os que não queriam crer no que ela dizia. Ela tinha uma ligação muito forte com os anjos e arcanjos, mesmo sem ninguém ter ensinado. Adormecia pessoas, descobria segredos, fazia aparecer objetos perdidos.
Não foi iniciada nos ritos tradicionais do “Khértia Drom” e nem no “Roti Diena”, foi autorizada pelo Barô assim, foi considerada um Latatcho (que em Romani, quer dizer “aquele que nasce pronto”, e participava de todas as iniciações como preletora. Sendo que nos primórdios, colocou alguns ensinamentos nestes ritos que abrilhantaram ainda mais a vida de quem se submeteu a eles. Sendo o Roti Diena praticamente aperfeiçoado por ela. Como até hoje este é um dos ritos mais difíceis de se executar (pois existem poucos habilitados que também passaram por isso nos acampamentos, para isso), ela trouxe para o primordial Roti, Vida!
Seus poderes eram muito mentais, muito falante e meiga, tratava todos com muito carinho, mas buscava incessantemente saber o que ia dentro de cada um. Sendo assim e como sempre acontece, veio até ela de muito longe um Joneshti, um moldovio, para ser iniciado no Roti Diena, ela se encantou logo que o viu! Lembrando dos olhos dele. Logo viu que aquele cigano podia bem traze-la na palma da mão, ele não foi indiferente, embora preocupava-se com o rito para o qual viera de tão longe, ficou encantado sabendo-a proibida.
Tentaram muitas vezes fugir daquele sentimento, fugir daquele amor, que consumia, que matava, um dia ele foi ate o Barô, e pediu audiência. Disse-lhe que aquela mulher era tudo o que ele mais queria na vida! O Barô se assustou com a intensidade dos sentimentos do rapaz, mas consentiu contra todos os princípios religiosos de nossa raça.

Eles se encontraram e se amaram. Foi algo fulminante, ela se virou de costas para dizer não, mas não conseguia sair do lugar e ele começou a desnuda-la e a amou. Ela correspondeu. Mas o compromisso com o espiritual fez-la culpada, ela chorou. Ele entendeu que deveria se retirar da kumpania, mesmo com seus ritos incompletos. A Pury do Clã, disse-lhe termine, saia da tsara somente para o necessário, não se atenha na palavra, ou seja não fale. Termine, pois o Roti, só é feito de 21 em 21 anos, considerando que vens de longe para isso, e deixe que Ilarim siga o seu coração.
Ilarim seguiu, inconformada por ter que abrir mão do sentimento que buscou a vida inteira. Foi até Coimbra e pediu abrigo nas kumpanias de lá. Buscou auxilio na luz e consolou-se em saber que era amada. Mesmo sem ter como viver esse amor. Começou a andar pelos campos, pelos roseirais portuguesas, trabalhando sempre com amor, com as rosas vermelhas. Se fez mestra no aconselhar no que não se pode ser. Mas aquele amor, não passava. Entre o amor e os espíritos, a missão espiritual, ela sempre optava pelos espíritos. Mesmo sofrida, sorria. Continuava a ministrar os ritos do Roti Diena com o mesmo amor e empenho. Um dia quando não mais pensava nisso, surgiu o Moldovio, voltou dizendo: Ilarim, confio em ti, não tive sossego, nem dormi, nem comi, não andei, nem vivi, porque pensava em ti, se é pecado, se é proibido, eu te quero mesmo assim, não lhe tiro de minha mente, a não ser que tu não me queira! Disse gritando e caiu. Ela o socorreu e o Barô disse: Vai Ilarim, já deste tua vida e mocidade aos espíritos, vai viver, vai ser feliz!
Após isso, Ilarim foi e viveram muito felizes, embora apesar deste teste, ela nunca teve dúvidas entre o amor e os espíritos, não há o que escolher, pois os espíritos são minha vida! O Moldovio entendeu e passou a auxilia-la em tudo o que era pela vida espiritual. Eles passaram no teste. Hoje Ilarim e Danzo, estão sempre a preparar pessoas no “Khértia Drom” e no “Roti Diena”, sendo que o maior ensinamento que eles passam é nunca duvidar da vida espiritual e aceitar o que vier, pois os espíritos sabem o que é melhor pra nós.
Eles são os patronos destes ritos. Ela sempre trabalha com a braçada de rosas vermelhas, pois esta simboliza o amor. E é isso que Ilarim quer espalhar o Amor e o Crer para ver!
Seu principal ditado é: Creia antes de pedir!

Cigano Rodrigo


Este cigano é natural da Hungria, de família Louvara. Desde a mais tenra idade já conseguia influenciar as pessoas, através de suas colocações, da sua forma de pontuar a hora certa. Rodrigo, bem jovem já tinha aprovação dos Barôs, para no futuro também ser um. Aconselhador, prima pela justiça sem impor, impõe sim, respeito e argumentação convincente que faz com que o caminho seja tomado após análise de todos os ângulos da questão. Sempre foi um cigano bem querido e com uma ligação muito forte com os elementais do ar. Os ventos vinham lhe contar o que estava acontecendo e mesmo estando na posição de kaku, nem sempre dizia tudo o que sabia.
Estava com 29 anos, sempre adorado e bem querido pelas pessoas, principalmente pelas mulheres, se envolveu com uma cigana rudari. Esta lhe enredou, através dos sentimentos, da magia e da conversa. Ela dizia estar muito apaixonada, e apesar de ter a mesma idade que ele, era muito mais experta. Viúva, havia voltado a conviver com sua própria família, que de certa forma a rechaçava. Rodrigo achava uma injustiça, mas nunca emitiu uma opinião mais vigorosa. Deixava-se se queixar, a ouvia e confortava em seus braços. Ele sempre tinha uma sensação de que ela lhe escondia algo, mas passando por cima do amor que acreditava sentir, não dava crédito a seu coração, a sua intuição. Um dia necessitou viajar e deixou sua amada que já estava morando com ele, para aconselhar um clã longe que estava com sérios problemas de relacionamento. Ao voltar, ela o recebeu igual, com todo ardor.
Mas muitas coisas haviam mudado. Sua família não só a rechaçava, como a condenava, e procurava Rodrigo para aconselhar que ele a deixasse. Ela, no entanto sempre conseguia evitar que isto acontecesse. Chorava, chantageava, fazia tudo para que isso não ocorresse. Nas primeiras semanas, Rodrigo aceitou, mas depois alegando viagem, foi ao encontro dos que queriam lhe falar. Logo ficou sabendo que ela mantinha o relacionamento com ele para ter um álibi. Ela mantinha um romance com o marido de sua irmã. Rodrigo ficou chocado, chateado, mas não saiu do seu eixo. Ao chegar em casa conversou com ela, e o fato dela reagir aos gritos, fez com que ele soubesse o caráter que ela tinha. Depois deste relacionamento, ele ficou muito decepcionado com as pessoas em geral. Mas o amor ao que é justo falava mais alto no seu coração e na sua consciência. Desta forma, ele amadureceu muito e passou ainda mais a aconselhar, principalmente para que as pessoas não saiam do seu eixo.
Para este cigano, o importante é que se de o valor devido a cada situação, não guarde magoas, e ensine sempre, pois aquele que não valoriza os ensinamentos da vida, é incapaz de resolver positivamente e justamente as questões que se apresentam ao longo de nossa existência. O Cigano Rodrigo, quando presente em forma de energia, sente-se um conforto mesmo que estejamos diante de problemas mais graves. Ele quando incorporado, nota-se no médium uma juventude que contrasta com as sábias palavras que ele distribui, enquanto recebe as pessoas com carinho. Mas não se engane, porque Rodrigo prima pelo que é justo, analisando bem todos os lados da mesma questão. Ele trabalha com oráculos tradicionais, mas, no entanto prediz, observando o jeito da pessoa se portar.
Dando conselhos inusitados, sendo capaz de entender a todos sem distinção. Ama o violino cigano, os cigarros finos, os cristais (com os quais faz muitas magias), os incensos e as velas coloridas. Quem se consulta com este cigano sai surpreso, pois ele não se espanta com nada. Seu ditado favorito é: “Ir ao chão é ruim, mas sempre servirá para mostrar, que lá não é o seu lugar!”

Cigano Ramiro


           Este cigano é de origem Marroquina, tendo viajado por todo Continente Africano com grande exploração na Índia, detém inúmeras magias inclusive é grande Mestre das consideradas exclusivas do Povo Africano, como Búzios e Opelê-Ifá. É o cigano protetor da transformação, os que precisam transformar a sua vida em algum sentido pedem proteção a Ramiro, que tem a sabedoria de nos ensinar que tudo se transforma inclusive a vida. É o cigano que ensina a vida como é no astral, e como ficam os condenados por Arangeloudhã. Ajuda nesta existência a partir de seu jogo de búzios, a “transformar” o que não esta de acordo. Cita suas pérolas e faz este “OFÓ”: “No Marrocos eu andei, na Índia morei, embaixo do sol de todos chorei. Embaixo da luz da lua de todos, eu ri. Fui bebê, hoje sou homem, ganhei da vida e também perdi. Me revoltei e levantei, por amor eu sofri. Hoje em espírito sou feliz. Tudo é transformação. Já fui ajudado e hoje ajudo, quero mostrar a transformação, que todos as barreiras podem ser derrubadas, sou espírito em comunhão com o teu espírito, passaremos por tendas e portais, encontrando pelos caminhos amigos e inimigos, a quem daremos muito amor. Que possa eu transformar o problema (dizer o que lhe aflige), desta pessoa e lhe ofertar luz, que saia todo o mal, que tudo seja esclarecido e encerrado, pela mercê de Santa Sara Kali e Dou-la”Amém.   
           Tenha que o que for para o seu bem, Ramiro lhe ajudará, para agradar este cigano, oferte kibes e frutas.

Cigana Poliana

Esta Cigana protege os casais, para que não se desentendam e haja a harmonia, a prosperidade, através da força do trabalho, a honradez das pessoas, a fertilidade das mulheres, em tudo para que elas possam ter como criar tudo que quiserem (fertilidade de idéias) e a saúde de crianças recém nascidas. Ela é de origem Portuguesa, porém passou muito tempo na Hungria, além de ter viajado por quase todo o mundo. Em vida era muito amiga da Cigana Carmem, e com ela fazia (e faz) muitos feitiços e magias de amor nos alimentos. As duas juntas alimentaram muitas pessoas na Europa entre ciganos e não ciganos. Morreu nova, era casada e prefere médiuns discretos, pois ela precisa de tempo para poder confiar nas pessoas. Além de sua preocupação em matar a fome dos semelhantes.
Na Hungria aprendeu a dançar, e quando balança o seu pandeiro, trás para a terra força hipnótica e dissolve as energias negativas através do barulho das lâminas. Por isto seu fundamento é sempre através dos sons e quando utiliza seus baralhos, o jogo de cartas acompanha também uma pulseira de guizos (c/ 13 guizos dourados) que ela joga aos pés do consulente e também sacode em volta dele, para tirar a energia negativa. Utiliza também água que tem que ser mineral, às vezes deixa cair desde a cabeça do consulente, e outras vezes jogam só em volta. Com maçãs e frutas secas e cristalizadas, faz feitiços para harmonia (ela detesta brigas, e quando manda a pessoa comer alguma coisa que esteja sendo trabalhada por ela, pode ter certeza que a paz voltará), prosperidade (protege e trás trabalho, principalmente através da venda de alimentos) e saúde (para o corpo físico e astral).
Ela se apresenta simpática, um pouco tímida, quando confia no lugar onde esta, conversa e ri, mas a princípio, fica analisando tudo primeiro. Aceita fitas coloridas de presente, para que ela possa pendurar em seu pandeiro, frutas e potes ou jarros de vidro. Quando ela esta entre nós, mesmo que esteja silêncio, parece se ouvir uns barulhinhos de guizos ao longe, e algumas pessoas sentem um gosto doce na boca. Sua magia se dá quando ela balança o pandeiro ou divide seu licor (de rosas c/ maçã, que é a sua bebida predileta), quando balança seus guizos suavemente, significa que esta tirando tudo de mal que esta no ambiente. Os efeitos físicos no médium são muito presentes embora sutis, a face ganha expressão suave e misteriosa, ela não fala muito, mas quando fala, nota-se alterações de voz, ora muito femininas, ora muito fortes.
Ela trabalha com os guizos, com potes de vidro de todo tamanho, e com o pandeiro. O pandeiro geralmente esta na mão direita, ela o balança de várias formas dependo do problema a ser resolvido. Os potes são para fazer magias para amor, saúde e vida espiritual. Quando ela balança os guizos em torno do consulente significa que ele esta sendo perseguido espiritualmente ou prometeu alguma coisa e não cumpriu. E também quando a pessoa não esta com a postura que deve (fazendo coisas erradas).
Obs: É uma das poucas ciganas que sabem fazer magias para o mal se preciso for, por isso tem sempre um vidro de pimenta com ela. Na maioria dos casos ela nunca mexe nele, pois se um dia resolver abrir, o terremoto acontecerá, pode ter certeza.

Cigana Pablo Ramirez

 

Este cigano é natural da Turquia, e é do clã ligado a Cigana Yasmim, trabalha sob as suas diretrizes e conselhos. Foi em vida um grande comerciante de tapetes, provavelmente um Horahanê, teve uma vida bastante atribulada.
Desde pequeno seu pai havia falecido numa viagem que fez ao Egito, para trazer artigos de venda para seu comércio que foi anos depois herdado por Pablo. Seu pai, um horahane, buscou na Espanha, a mulher (a Cigana Violeta) de sua vida e mãe de Pablo, havia ensinado ao pequeno que independente de Clã, devia ele tomar conta de sua mãe e das mulheres que entrassem em sua vida, poupando-as dos perigos que por ventura a vida apresentasse. Assim logo depois de crescido passou a fazer as viagens por todo oriente para comprar artigos de venda.
Tinha um bom gosto incomum. Assim como a mediunidade que lhe proporcionava uma intuição ímpar, além de ter aprendido com os pais sobre os sinais do tempo, o que lhe servia de bússola e alento em sua vida.
Quando fez 42 anos, já considerado bem idoso para a época, ele resolveu preparar seu filho, que já havia feito várias viagens com ele para lhe suceder, ficando na Turquia. Assim foi feito. Nesta época ele já era viúvo, e mesmo sem ser assíduo, freqüentava as festas dos clãs amigos em toda a Turquia. Um dia ele conheceu uma cigana, já monisha (casada), que se apaixonou por ele, apesar de seu jeito sempre sério. Mas justamente por ser um homem de tão poucas palavras que a encantou. Ele também a achou muito encantadora e ficou muito pensativo quanto a isso por se sentir um homem ainda novo, jovem e viril. Mas serio como era logo rechaçou a idéia de trair. Por mais que ela lhe fosse atraente, por mais amor que sentisse.
Pablo era um homem muito ilibado. Ela o tentou, indo em seu comércio, demonstrou interesse e posteriormente amor. Ele por mais que sofresse, não deixou que ela soubesse que ele lhe tinha bem querer. Isso o machucou por dentro, deixando-o ainda mais recluso. Ficando bastante fragilizado. Uma amiga dele que apesar de não saber, sentiu que ele não estava bem,  o convidou para aperfeiçoar seus conhecimentos em reuniões de estudos iniciáticos. Ele se aprofundou tanto que começou a ser considerado padrinho da abertura de caminhos, com vigor e alegria. Conseguindo sanar a dor daquele amor, que como ele dizia aos mais íntimos: “Eu marquei um encontro, mas cheguei fora da hora”. Sendo assim, conseguindo plenitude e tendo seu filho para tomar conta dos negócios, cada dia se aperfeiçoava mais, estudando todos os tipos de magia, da iniciática cigana atá a magia cerimonial dos mestres franceses. Foi também um dos fundadores da “Vurda Trijda” (O Terceiro Clã), que é uma sociedade secreta de ciganos, composta somente por homens, praticantes de bruxedos, vestem negro nos rituais, e que desvendam o funcionamento das forças naturais. Isso o fez grande mago.
E por este motivo de ser conhecedor destas forças, e lembrando dos ensinamentos de seu pai, fez-se protetor, das mulheres, crianças e estudiosos de magia, principalmente os oraculadores, orienta também as mulheres. Sendo conselheiro de clãs de ciganas, que são especializadas em magia natural. A aparência, a imagem de homem forte impressiona, apesar da idade.
Tem jeito sério, mesmo quando alegre, altaneiro e pouco falante, quando seus protegidos necessitam, ele penetra no campo mental, com leveza, mas de forma marcante. Seu ditado favorito é: “Tive erros e acertos, e às vezes me arrependi sim, não tenho compromisso de marcar erros”, assim é o jeito de Pablo Ramirez, simples, claro e fidedigno como um cigano.

Cigana Olga

         Esta cigana é natural da Alemanha, embora tenha passado muito tempo na Espanha Mourisca, falando bem tanto o espanhol, quanto o alemão. Olga era uma mulher que desde cedo desenvolveu técnicas oraculares. Quando nasceu, já veio para a terra com uma missão. O berço escolhido para nascer, foi uma casa de magia. Sua mãe, cigana afamada, trouxe Olga ao mundo, para mostrar que era fértil. Em virtude de nascer em meio à magia, era uma criança diferente. E foi irritando sua mãe com o passar dos anos, dizia à genitora que ela tinha “mania” de ser “Boa”. Alimentava bichos, dava pão aos famintos, rezava pelos doentes. Olga gostava de aprender magia, para poder ajudar as pessoas. Foi crescendo causando este descontentamento. Aprendera logo o que não devia fazer. A tenda afamada pelo poder que detinha, foi com o tempo ganhando outra fama, de lugar sério e bom. Ia modificando as pessoas que gravitavam ao seu redor, antes discípulas do dinheiro, agora servidoras iguais a ela. Este embate foi crescendo, entre duas mulheres sabedoras de magia, que tinham o mesmo sangue, um combate do bem contra o mal.
Aos 21 anos, as festas espirituais da casa tinham uma discrepância conforme a organizadora (se Olga ou sua mãe). Numa destas festas oferecidas por sua mãe, que lutava para encantar sempre mais algum neófito, um rapaz foi, foi para demonstrar seu ceticismo aos amigos, ao ver pessoas incorporarem espíritos ficou impressionado. Ao mesmo tempo cresceu dentro dele uma curiosidade e uma crença que tudo aquilo era demonstração das forças ocultas. Imediatamente quando se viram se fez um encantamento. Eram almas que já se conheciam, e se reencontravam. Ele fez esforço por todos os meios para se aproximar mais e mais de Olga e partilhar se seu trabalho na seara branca. E assim o amor foi nascendo entre eles e solidificando os propósitos de ambos. Este rapaz desejou tornar-se um mago.
Logo sua mãe, que tanto dizia ter arrependimento de a ter parido, viu exposto o calcanhar de aquiles da filha: O amor que sentia pelo moço. Neste tempo de desacordo máximo, já havia tido que se mudar de casa. Sua mãe então uma velha feiticeira, como vingança, fez através de suas poderosas magias, o rapaz se apaixonar por ela, e abandonar Olga. O ódio e o rancor foram cultivados pela velha feiticeira que agora morava com o rapaz, fez dele seu instrumento de prazer e plantio do ódio que tinha pela filha. Assim Olga, dominada por sentimentos baixos, finge perdoar a mãe. Decide fazer um vodu dos dois para que aja o afastamento. Depois uma magia para a mãe, para levá-la a perder a saúde.
Quando já muito doente, o rapaz a abandona, posto que as amarrações a base de magia não vinham sendo renovadas como no princípio. Ela já muito debilitada, manda chamar Olga para morar com ela e cuidar dela. A filha vê então sua chance de acabar com a mãe. Enquanto ela mesma enlouquece. A mãe em virtude de debilidade, velhice, maus tratos e doença acaba desencarnando neste cenário de tristeza.
Olga quando vê sua mãe sem vida, cai em si, e se condena fortemente. E assim decide usar a magia nefasta contra ela mesma como castigo, faz um vodu, nesta mesma noite sem luar ela crava um prego bem no centro do coração da boneca dela mesma, vindo a falecer horas depois de varias mutilações no coração sem ataques externos, fato que intrigou os médicos da época. Seu ditado favorito é: Família é carma, transmute e seja feliz, trate bem aos seus filhos, mais também saiba dizer não.