terça-feira, 25 de outubro de 2011

Como os ciganos comemoram o Natal


O Natal cigano é conhecido como sendo uma festa bem grande, cujas comemorações, semelhantemente aos casamentos, podem chegar a prolongar-se por três dias. Mas nem em todos os grupos são assim. À semelhança do que acontece nas casas não-ciganas, onde o bacalhau cozido com couves e batatas constitui a refeição tradicional da noite de Cristo.
“À mesa” como dizem, é posta, porque no Natal “coloca-se a mesa” no chão, sobre uma toalha branca, como manda a tradição. Para a comunidade o Natal tem o mesmo significado que para os restantes cristãos, mas com muito mais importância. Para os ciganos, esta é a época mais importante do ano, razão porque é habitual viverem-na intensamente, numa festa em que, freqüentemente, chega para desfazer atritos e outros males que se fez presentes durante o ano.
Saliente-se, no entanto, que a dimensão das comemorações está relacionada com as posses dos diferentes grupos. A simplicidade da festa aumenta na mesma proporção em que diminuem os recursos de cada família. “Quem tem o que comer, come. Quem não tem, não come”.
Na casa dos ciganos “ricos” que ainda mantêm vivas as tradições normalmente é costume a festa começar no dia 23 de Dezembro e estender-se até ao dia 25, dia de Natal. A mesa farta é um dos requisitos da época. Para além do bacalhau cozido, com couves e batatas, já referido, não falta igualmente o bolinho de bacah e as frutas. No dia de Natal, as mesas enchem-se com cabrito assado e batata assada, carne guisada com batata cozida, galinhas cozidas, grão de bico, saladas de fruta e pudins. Iguarias destinadas não só aos convidados, como também a todos os que quiserem aparecer. É habitual os ciganos andarem de casa em casa, de barraca em barraca, e apanhar um bocado em cada mesa, a pedirem a benção ao cigano mais velho.

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